Orquestra Metropolitana celebra os 150 anos de Richard Strauss

A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) celebra no domingo, com um concerto em Lisboa, os 150 anos do nascimento do compositor austríaco Richard Strauss, em que é solista o pianista António Rosado.

"Richard Strauss (1864-1949) foi um dos mais importantes compositores que protagonizaram a transição do século XIX para o século XX", afirma em comunicado a OML, que salienta o contributo do compositor, ao lado de "Edward Elgar, Giacomo Puccini, Claude Debussy e Gustav Mahler", para as "profundas transformações do fenómeno musical, ao qual outros deram seguimento, como Igor Stravinsky ou Arnold Schönberg".

O concerto intitulado "Richard Strauss: da Juventude à Maturidade", está agendado para domingo às 17h00 no grande auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

A OML será dirigida pelo maestro Pedro Amaral, e na primeira parte interpreta a suite "Le bourgeois gentilhomme", composta por Strauss em 1920, e ainda "Burleske" em Ré menor, para piano e orquestra, escrita em 1886. Na segunda parte será escutada a Sinfonia n.º 2 em fá menor, que Richard Strauss compôs em 1884.

No mesmo comunicado, Rui Campos Leitão da Metropolitana enfatiza que "independentemente das preferências de cada um, é consensual afirmar que estamos na presença de um grande compositor; de alguém que não sabia escrever má música".

Richard Strauss morreu aos 85, mantendo-se quase sempre ativo, o que lhe permitiu ter assistido a grandes mudanças político-sociais, nomeadamente as duas guerras mundiais.

"Muito embora se tenha mantido fiel à sua identidade, são notórias as diferenças estilísticas entre as partituras que foi assinando ao longo dos vários períodos que atravessou", realça Campos Leitão.

Com a Metropolitana toca o pianista António Rosado sobre quem a revista francesa Diapason afirmou que é um "intérprete que domina o que faz [e] tem tanto de emoção e de poesia, como de cor e de bom gosto".

O seu repertório pianístico integra obras de compositores tão diferentes como Georges Gershwin, Aaron Copland, Albéniz, António Fragoso ou Liszt.

O pianista estreou em Portugal as Sonatas de Enescu e as Paráfrases de Liszt, tendo sido o primeiro pianista português a realizar as integrais dos Prelúdios e também dos Estudos de Claude Debussy.

No registo dos recitais pode incluir-se também a interpretação da Integral das Sonatas de Mozart.

O músico actuou em palco, pela primeira vez, aos quatro anos, tendo iniciado os estudos musicais com o pai, a que se seguiu o Conservatório Nacional de Música de Lisboa, onde terminou o Curso Superior de Piano, com vinte valores. Aos 16 anos seguiu para Paris, onde foi discípulo de Aldo Ciccolini no Conservatório local, e nos cursos de aperfeiçoamento em Siena e Biella, na Itália.

Em 1980, estreou-se em concerto com a Orchestre National de Toulouse, sob a direcção de Michel Plasson, tendo desde então tocado com as mais diversas orquestras sob a direcção de maestros como Georg Alexander Albrecht, Moshe Atzmon, Franco Caracciolo, Pierre Dervaux, Arthur Fagen, Léon Fleischer, Silva Pereira, Claudio Scimone, David Stahl, Marc Tardue e Ronald Zollman.

Lusa/SOL