"A energia é o ponto fraco da Europa", sublinhou o Presidente da República português, Aníbal Cavaco Silva, na primeira intervenção da conferência de imprensa conjunta dos nove chefes de Estado que participaram no 10.º encontro do Grupo de Arraiolos.
Antes de passar a palavra aos seus homólogos, Cavaco Silva fez um breve balanço dos temas tratados no encontro, que decorreu entre segunda-feira e hoje no Mosteiro de Tibães, em Braga, sublinhando que se tratou de uma reunião de "grande utilidade", que permitiu discutir pontos de vista fundamentais e trazer para debate uma mais valia de pontos de vista.
Relativamente ao tema da primeira sessão de trabalho – energia – Cavaco Silva notou que se trata de uma questão central para a Europa e também o seu "ponto fraco".
Constatando que a crise na Ucrânia mostrou a premência da diversificação dos fornecedores, dada a forte dependência energética da Europa em relação à Rússia, o Presidente da República notou a necessidade de melhorar as actuais interconexões.
"Se tivéssemos mais e melhores interconexões, a Península Ibérica poderia fornecer até 40 por cento do gás que chega hoje à Europa proveniente da Rússia", defendeu.
Quanto à imigração – o tema da segunda sessão de trabalho – o chefe de Estado português referiu-se às "imagens chocantes de naufrágios de embarcações" com pessoas vindas da Líbia, Síria, Iraque ou Sudão, considerando que ninguém pode ficar indiferente à questão.
"É uma responsabilidade de todos os estados membros", enfatizou, recusando que seja encarado como um problema que diz respeito apenas aos países directamente envolvidos.
Sobre a terceira e última sessão de trabalho, Cavaco Silva frisou a importância da investigação e inovação, considerando que são "essenciais para a criação de emprego".
O chefe de Estado português aproveitou ainda para registar "com muita satisfação" a atribuição da pasta da Investigação, Ciência e Inovação ao comissário português indigitado por Portugal para a futura Comissão Europeia – e que teve esta manhã a sua audição perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Lusa/SOL