"Eu muitas vezes estive em desacordo com a troika", assumiu Moedas, assegurando conhecer bem os impactos que as medidas de austeridade tiveram nos portugueses. "Foram sacrifícios enormes para toda a população", reconheceu, sublinhando ter contacto directo "a nível familiar e dos amigos" com o efeito dos cortes.
"Apresentou as suas qualificações e experiência como responsável do Governo português por monitorização o programa da troika. Em que é que isso o qualifica?", tinha começado por questionar Marisa Matias, recordando o impacto negativo que a política de cortes teve na Ciência em Portugal, levando muitos investigadores a emigrar.
Moedas preferiu defender-se assumindo-se como alguém que consegue cumprir as missões que lhe são propostas, mesmo quando são tão difíceis como o programa de ajustamento que teve de monitorizar.
"Eu sou uma pessoa que apresenta resultados", afirmou em Português, depois de Marisa Matias o critica por ter escolhido fazer em Inglês e Francês a sua intervenção inicial, lembrando que ontem o comissário alemão se dirigiu ao Parlamento Europeu na sua língua materna. "Isso é mais do que simbólico", defendeu a eurodeputada do Bloco de Esquerda.
Ao longo de toda a sua intervenção durante esta manhã em Bruxelas, o comissário português tem tentado defender a relevância económica da sua pasta, associando-a ao crescimento e prometendo usar da melhor maneira os fundos disponíveis. Carlos Moedas promete mesmo "tentar ser aquele que vai mostrar que a investigação, a ciência e a inovação são uma peça fundamental no crescimento".