“É vexatório que um país como Portugal, pela terceira vez, em 40 anos, tenha de viver uma situação de protectorado financeiro. Mas, há uma lição aprendida. Acho que a sociedade portuguesa não aceitará mais a ideia de que se pode governar a pensar em ganhar eleições, endividando as gerações seguintes”, atirou o governante, na sua intervenção no Fórum Empresarial do Algarve, que decorre em Vilamoura.
“Há uma considerável diferença entre partilhar objectivos e escolher os meios para lá chegar ou ver impostos os objectivos e, muitas vezes, não ter a palavra decisiva para lá chegar. Esta parcela de diferença aconteceu em Maio de 2014”, continuou, referindo-se à data em que a troika deixou Portugal.
No seu discurso, Paulo Portas aproveitou para, perante centenas de empresários que participam no evento organizado pelo LIDE – Grupo de Lideres empresariais, elencar melhorias na economia nacional comparativamente há um ano. A baixa do desemprego, a subida nos níveis de confiança de consumidores e investidores, o desempenho do turismo foram alguns dos aspectos que mencionou.
Ainda assim, questionado pelos jornalistas à saída do evento, Paulo Portas não explicitou se seriam condições suficientes para baixar impostos.
“Creio que me esperam, e aos meus colegas de governo, muitos dias de trabalho, e intenso nessa matéria. Sabem que eu acho que é importante procurar um compromisso no sentido da moderação fiscal. E também sabem que que eu tenho uma disponibilidade total para trabalhar para esse compromisso, mas, ditos estes princípios, a sede própria para o fazer é o conselho de ministros”, argumentou, sem responder se este tema estaria ou não a gerar fracturas no seio da coligação.