Esta tarde, Krisjanis Karins, porta-voz do Partido Popular Europeu, o bloco de direita que candidatou Juncker à chefia da CE, declarou que Bratusek teve uma prestação “surpreendentemente fraca” perante as perguntas dos eurodeputados.
“Alenka Bratusek foi demasiado vaga nas suas respostas e não conseguiu convencer-nos de que tem um currículo pró-europeu necessário para promover a muito aguardada União Energética”, afirmou Karins, referindo-se ao projecto que ficaria sob a alçada da antiga governante eslovena, membro da ALDE (Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa).
A desilusão era similar na banca dos Socialistas & Democratas. Citado pelo site European Voice, o eurodeputado alemão Matthias Groote declarou que Bratusek “não pode” ser vice-presidente da CE nem ter a importante pasta da energia.
Após a audição “desastrosa” no PE, Bratusek abandonou o edifício sem conceder uma programada conferência de imprensa – e sem disfarçar um enorme nervosismo.
Para além dos eurodeputados terem criticado a falta de conhecimentos sobre a pasta energética e o dossiê relacionado das alterações climáticas por parte da eslovena, Bratusek foi ainda acusada de falta de ética no âmbito do processo de selecção do seu nome.
De facto, tratou-se de um processo incomum: A antiga primeira-ministra sofreu uma derrota pesada nas legislativas de Maio, reunindo apenas 4% dos votos. Devido às dificuldades na formação de um novo Executivo pelo Parlamento de Ljubljana, manteve-se no cargo até Setembro. E sem apoio da assembleia eslovena, nem do seu sucessor no Governo, acabou por se autonomear para a vaga nacional na Comissão.
Na Eslovénia, decorre agora um inquérito parlamentar ao caso. E Bratusek é acusada de adiar o anúncio das conclusões.
O desaire de Bratusek junta-se ao de outro nomeado para a CE de Juncker, o húngaro Tibor Navrasics, o comissário indigitado para a pasta da Cultura, Educação e Cidadania, já chumbado pelos eurodeputados.
pedro.guerreiro@sol.pt