“Como podem falar em cessar-fogo? Podem ter conversado e até negociado um acordo, mas isso não muda nada. Continuamos a ser bombardeados”, disse Raiza Kozlova, uma habitante de Donetsk – cidade do Leste da Ucrânia que é maioritariamente controlada pelas forças separatistas -, à Euronews.
O acordo previa a delimitação de uma zona desmilitarizada, de 30 quilómetros de largura, que se estenderia ao longo da fronteira leste da Ucrânia.
O relatório da ONU, divulgado esta semana, dá conta que pelo menos 3.660 pessoas foram mortas desde o início do conflito em Abril. A organização estima que cerca de cinco milhões de pessoas no Leste do país foram privadas dos seus direitos básicos. 4.500 edifícios residenciais foram danificados ou destruídos, o que é particularmente grave com a aproximação do Inverno.
“O cessar-fogo é um passo importante para acabar com os combates”, afirmou o alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Al-Hussein. “Peço a todas as partes que o respeitem e o cumpram genuinamente”, apelou.
O vice-governador da cidade de Dnipropetrovsk – a oeste de Donetsk -, Borys Filatov, não tem dúvidas de que os separatistas querem ocupar mais território e já se prepara para os confrontos. “Estamos a cavar trincheiras e a pôr minas.Se os russos tentarem invadir-nos, vão ter o seu Estalinegrado”, disse à BBC.