Mas agora surgiu um novo, embora menor, mistério: por quê a bengala?
Kim tinha sido visto em público num concerto no passado dia 3 de Setembro. Agora, em imagens divulgadas pelos media estatais, apareceu na terça-feira de sorriso e a apoiar-se numa bengala, enquanto passeava no recém-construído distrito residencial para cientistas e num novo instituto em Pyongyang, que fazem parte das suas excursões de “orientação de campo”.
Claro que nada foi mencionado acerca da sua ausência, quando aconteceu a visita e o que se passa com a saúde do líder.
A aparência de Kim faz parte do aparato da propaganda massiva – glorificar a terceira geração da família Kim. E numa tentativa de acabar com os rumores que falam de graves problemas de saúde do ditador.
Antes de terça-feira, Kim faltou a vários eventos importantes que normalmente não costuma falhar e, em vários documentários oficiais, apontado a passar por períodos de “desconforto”.
Em Agosto foi visto com excesso de peso e a coxear, levando a imprensa sul-coreana a especular que tinha passado por uma cirurgia nos tornozelos. Alguns especialistas pensaram que sofria de gota ou diabetes.
Um analista sul-coreano disse que Kim não estava a perder o controlo e, para ganhar a simpatia do povo, criou a imagem de um líder que trabalha mesmo com dor.
Foi a primeira vez que um líder da Coreia do Norte deixou ser-se visto com uma bengala ou muleta, avançam os media oficiais sul-coreanos. O pai de Kim, Kim Jong-Il, que terá sofrido um acidente vascular cerebral em 2008, antes de morrer de ataque cardíaco no final de 2011, foi visto a mancar mas nunca com uma bengala; nem o fundador do país, o avô de Kim Jong-un, Kim Il-sung, disse Lim Byeong Cheol, um porta-voz do Ministério de Unificação de Seul.
“Tirando a bengala, parece estar de boa saúde”, disse Lim. “A recente ausência foi, em parte, provavelmente para chamar a atenção da sua ausência – e certamente funciona”, diz o especialista em Coreia da Universidade de Chicago Bruce Cumings à AP, através de email.
A Coreia do Norte tem estado sobre uma ofensiva diplomática na Europa e noutros lugares. Ele sente-se isolado, se estivermos a falar nas relações com Washington”, escreveu. “Tudo isto faz com que volte para as primeiras páginas dos jornais”.
Um homem assiste às notícias que mostram Kim Jon-un de bengala Lee Jinman/AP
SOL/AP