Renamo não reconhece resultados em Moçambique

Ainda sem resultados definitivos, a contagem dos votos das eleições gerais moçambicanas, que decorreram na quarta-feira, dão o candidato da Frelimo como vencedor. Mas a Renamo reivindicou vitória e afirmou que não reconhece os resultados eleitorais – deixando o país em suspenso quanto ao possível regresso da instabilidade política e militar.

Renamo não reconhece resultados em Moçambique

Com cerca de 34% das 17 mil mesas de votos apuradas, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral informou que Filipe Nyusi liderava as presidenciais com 61,67% dos votos, seguido de Afonso Dhlakama (Renamo) com 30,89% e Daviz Simango (MDM) com 7,44%. Quanto a resultados das legislativas, são também parciais – e também colocam o partido no poder, Frelimo, na dianteira.

A maior força da oposição denunciou interferências ao processo eleitoral: “Não aceitamos os resultados destas eleições”, resumiu o porta-voz da Renamo, António Muchanga. “Pelos dados recolhidos no terreno, podemos afirmar categoricamente que vencemos as eleições”.

No Norte de Moçambique (onde a Renamo tem maior implantação) registaram-se na quarta-feira confrontos entre a Polícia e populares. Segundo a Lusa, foram usadas balas reais e gás lacrimogéneo para dispersar pessoas em Nampula que não se afastavam das mesas de voto. Há pelo menos dois feridos, um em estado grave.

Também no centro do país, na província de Sofala, urnas descarregadas na estrada por um funcionário do STAE, e interceptadas por cidadãos que suspeitaram de uma tentativa de fraude, provocaram confrontos. Mas a Comissão Provincial de Eleições já negou qualquer irregularidade, explicando que as urnas estavam vazias.

ana.c.camara@sol.pt