"Não há impactos previstos no OE2015 porque não se vê como pode haver impacto no OE2015 desta medida. O que existe é um empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução Bancária que poderá ser devolvido em 2015 ou não", afirmou Maria Luís Albuquerque que está hoje a ser ouvida na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, garantindo que "não há nenhuma razão para incluir qualquer impacto directo da medida de resolução aplicada ao BES".
A governante respondia a uma questão feita pelo deputado socialista João Galamba que, na mesma comissão, interpelou a ministra sobre aquilo que considerou ser "um apagão" na proposta de Orçamento do Estado para 2015 do Governo.
João Galamba referiu-se a um "apagão neste Orçamento do Estado", que a é instabilidade no sector financeiro, nomeadamente no que se refere ao impacto do BES na economia portuguesa.
"O facto de [a situação no BES] preocupar toda a gente menos o Governo é em si um factor de preocupação", lançou o deputado do PS.
O BES registou prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, tendo sido este o início de uma crise bastante mais profunda que motivou a intervenção do Banco de Portugal.
No primeiro fim-de-semana de Agosto, a instituição liderada por Carlos Costa decidiu aplicar uma medida de resolução ao BES: separou os activos e passivos considerados não problemáticos e transferiu-os para um banco de transição (o Novo Banco) e os considerados tóxicos ficaram no chamado 'bad bank', que manteve o nome BES.
O Novo Banco foi capitalizado com 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução Bancária. O Estado português entrou com 3,9 mil milhões de euros neste Fundo, financiados com o dinheiro da 'troika' que estava reservado à banca e que ainda não tinha sido utilizado.
Lusa/SOL