Alunos manifestam-se frente ao Ministério da Educação contra cortes

Alunos de várias escolas de Lisboa estavam pelas 11h00 concentrados frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, contra os cortes de verbas no ensino básico e secundário e em defesa de “um futuro melhor”.

A ideia do protesto partiu da associação de estudantes da Escola Secundária Santa Maria, em Sintra, que decidiu organizar uma manifestação a nível nacional contra o corte de cerca de 704 milhões de euros no ensino básico e secundário previsto na proposta de Orçamento de Estado para 2015, conhecida na semana passada.

"Em outras zonas do país, os alunos estão a manifestar-se em frente das suas escolas mas nós, aqui em Lisboa, decidimos vir para a porta do Ministério", contou à Lusa Maria Almeida, aluna do 10.º ano de Humanidades da escola António Damásio.

Segundo a aluna, que pertence a uma das listas candidatas à associação de estudantes da António Damásio, a razão do protesto prende-se com os cortes na educação, que "tornam o ensino público ainda mais debilitado".

Também João Oliveira, presidente da associação de estudantes da Escola Secundária Gil Vicente, criticou as opções governamentais e o novo orçamento do estado: "Neste momento não temos uma escola gratuita nem de qualidade. Estamos aqui porque queremos um futuro melhor", criticou, em declarações à Lusa.

Em Lisboa, também os alunos do Liceu Camões e das escolas D. Pedro V, António Arroio, Gil Vicente, Luísa de Gusmão, D. Dinis e Pedro Nunes aderiram ao protesto, que começou na Praça do Saldanha e seguiu para a frente do ministério, na Avenida 5 de Outubro, onde continuam concentrados contra a redução de verbas destinadas à Educação, o sector que sofreu o maior corte no OE de 2015.

No entanto, o ministro da Educação, Nuno Crato, já veio garantir que o corte orçamental real rondará os 200 milhões de euros, uma vez que houve despesas este ano (na ordem dos 500 milhões) que o Ministério da Educação e Ciência não voltará a ter: as rescisões de professores, os retroactivos relativos a remunerações, a mudança do sistema de descontos para ADSE, os custos com a Parque Escolar e as cativações orçamentais. 

Segundo Nuno Crato, o corte de 200 milhões não deverá implicar "o encerramento de escolas nem o despedimento de professores".

Lusa/SOL