Arábia Saudita volta a avisar que as mulheres não podem conduzir

Faz um ano, no dia 26 de Outubro, que dezenas de mulheres sauditas foram para a estrada em protesto contra a lei que as proíbe de conduzir. Nesse dia, muitas acabaram presas.

Agora, em vésperas de novo protesto, o ministro do Interior avisou as mulheres para não repetirem a ousadia e não voltarem ao volante. “O Ministério do Interior vai ter mão firme para quem for contra a lei e participe nos protestos”, escreveu o gabinete, em comunicado.

O ministério acusa ainda a comunicação social de estar a “minar a coesão social”.

Alguns dos poderosos clérigos sunitas do país têm argumentado a favor da manutenção desta lei, afirmando que a situação propicia o convívio das mulheres com homens que não os seus maridos. O reino saudita é o único no mundo que proíbe as mulheres de conduzir.  

Na Arábia Saudita as mulheres estão legalmente obrigadas a estarem acompanhadas por um homem – uma espécie de um guardião – e é este que aprova algumas das decisões mais básicas da vivência humana, como a sua educação, emprego, casamento e até mesmo o tratamento médico.  

Embora haja cada vez mais figuras públicas do país a insurgirem-se contra a lei da condução, o facto é que o Governo saudita tem-se mostrado intransigente.

Desde que a chamada “Primavera Árabe” eclodiu em vários países na região – Egipto, Líbia, Tunísia, Iémen, Síria e Omã – o Governo saudita adoptou e intensificou uma abordagem de tolerância zero em quaisquer protestos ou dissidências, principalmente contra os activistas defensores dos direitos liberais mas também contra membros da minoria xiita.