António Costa falava na sessão de abertura de uma conferência promovida pelo Grupo Socialista do Comité das Regiões do Parlamento Europeu, no Centro Cultural de Belém.
Na sua intervenção, o candidato socialista elogiou as mais recentes posições assumidas pelo sucessor de Durão Barroso no cargo de presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, designadamente a favor de uma União Europeia portadora de um "triplo A" social e não apenas financeiro, e em contraponto atacou a política de austeridade defendida pelo Governo de Berlim, assim como recentes medidas tomadas pela Grã-Bretanha ao nível da imigração.
"A resposta certa ao desafio que temos não é insistir na austeridade, nem limitar a liberdade de circulação. A resposta passa por garantir um sucesso partilhado na mobilidade entre os próprios migrantes, as regiões onde vão criar riqueza e as suas regiões de origem", advogou o candidato do PS a primeiro-ministro.
Ou seja, para António Costa, a resposta "passa sobretudo pela correcção de assimetrias que minam a coesão e acentuam, a divergência".
Discursando antes do líder do Partido Socialista Europeu (PSE) no Comité das Regiões, o germânico Karl Heinz Lambert, o presidente da Câmara de Lisboa deixou vários avisos sobre as perspectivas financeiras e económicas da União Europeia a curto e médio prazo.
"Não podemos agora construir uma nova ilusão, baseada na verdade de conveniência, de que a crise da zona euro está ultrapassada, porque enquanto não corrigirmos os efeitos assimétricos com euro sobre a competitividade das nossas economias só estaremos a acentuar a divergência e a fragilizar a coesão. Temos de ir mesmo às causas da divergência e atacar na raiz o que mina a coesão", disse, já depois de ter políticas favoráveis a uma "união orçamental".
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Lisboa acentuou também os efeitos negativos a prazo que terá o fenómeno da emigração jovem qualificada proveniente dos países que estiveram sob assistência financeira.
"A consolidação desta tendência enfraquece estruturalmente o potencial de crescimento destes países, quer do ponto de vista demográfico, quer do ponto de vista das competências essenciais à melhoria da competitividade na sociedade do conhecimento. A manter-se esta tendência agravaremos as condições que nos conduziram ao início desta crise", advertiu o candidato socialista a primeiro-ministro.
Lusa/SOL