No dia em que se assinalam os 69 anos da criação da organização, assinalados com uma cerimónia na Câmara de Lisboa, Freitas do Amaral defendeu "que se espalhe informação detalhada" sobre a ONU pelas escolas, "pelo menos no ensino secundário" e recorrendo "aos bonecos apropriados a cada idade" para sensibilizar os alunos para o seu trabalho.
"Não devemos confundir Nações Unidas com o palácio de vidro em Nova Iorque", distinguiu o professor universitário, salientando o trabalho desenvolvido pelas agências especializadas da organização.
"Nunca a Humanidade progrediu tanto no combate à pobreza", exemplificou o antigo presidente da Assembleia-geral da ONU, recordando "a dificuldade" que a organização tem para "angariar fundos".
Apesar de nem sempre bem-sucedida, a ONU tem indicado os caminhos para "o bem da Humanidade", frisa Freitas do Amaral.
"Tenhamos esperança em que as linhas de orientação da ONU por cumprir chegarão um dia a ficar consagradas nos factos", apelou.
Admitindo que o Conselho de Segurança nem sempre tem conseguido "evitar a guerra", frisou, porém, que "a ONU tem uma estratégia para a paz muito bem definida", que, "na maior parte das vezes, tem resultado".
O caso mais revelador de que "nem sempre tem conseguido" é o conflito israelo-palestiniano, em que "pouco ou nada se progrediu", embora não se possa culpar a ONU "por falta de esforços".
No seu entender, "vai levar muito mais tempo do que se pensa" a resolver o conflito, porque "os dois povos, nas suas bases, ainda se odeiam".
Freitas do Amaral está certo de que a solução passará pelo reconhecimento do direito à autodeterminação (no caso, dos palestinianos), que tem estado no centro de muitos dos conflitos que têm assolado o mundo.
Aliás, recordou, "Portugal foi o último país a descolonizar", tendo então revelado "falta de capacidade de interpretar a realidade".
Lusa/SOL