"Eu não vou introduzir a questão da coligação no debate político. Acho que ela vem completamente a destempo, não levam a mal", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, na Madalena do Pico, nos Açores, durante a sua primeira visita oficial a esta região autónoma enquanto primeiro-ministro.
"Percebo que possa existir interesse por parte da comunicação social ou até de outros actores políticos nessa matéria. Eu agora estou concentrado na questão orçamental, em reformas importantes que levámos ao parlamento: a reforma da fiscalidade verdade, a reforma do IRS. Há outras reformas importantes que têm de andar e que terão de ter desenvolvimento até ao final do ano, nomeadamente ao nível da reforma do Estado", acrescentou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.
Dentro do Governo, a responsabilidade pela coordenação da reforma do Estado foi atribuída ao vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP, Paulo Portas.
Passos Coelho reforçou a relevância que atribui à reforma do Estado no último ano da legislatura: "Uma parte importante – convém ter presente – de objectivos que nós temos de poupanças para 2015 depende de decisões que nós vamos tomar no quadro da reforma do Estado, seja ao nível da simplificação administrativa, ao nível das estruturas públicas, ao nível da requalificação de trabalhadores".
Por outras palavras, insistiu: "Há um conjunto muito largo de compromissos orçamentais que dependem agora da forma como nós vamos organizar esse processo de reforma do Estado durante o próximo ano".
Segundo o primeiro-ministro, "haverá um tempo" em que a forma como PSD e CDS-PP se vão apresentar às legislativas, juntos ou coligados, será discutida entre os dois partidos e decidida, mas não é agora.
"Sei que há de haver eleições lá para finais de Setembro ou princípios de Outubro do próximo ano, mas estou muito mais tomado, preocupado com o que tenho de fazer do lado do Governo antes desses momentos mais próximos das eleições ocorrerem", disse.
Questionado se faz um balanço positivo do Governo de coligação PSD/CDS-PP, Passos Coelho respondeu referindo-se ao trabalho feito pelo executivo: "Esse balanço tem sido suficientemente positivo para que o Governo tenha o cimento suficiente para continuar a entregar o conjunto de decisões e de reformas que são importantes para o nosso país".
Lusa/SOL