“Tendo sido um ministro desse ciclo, devia identificar a origem da década perdida. No Contra Informação (RTP 1) eu era conhecido como ‘Cozinheiro e Castro’. Vou usar um princípio que se aplica à cozinha para caracterizar a vossa governação: soufflé. Foi um soufflé o que fizeram à economia. O que nos deixaram foi um Estado falido que não dá garantia a ninguém, nem de Estado Social”, disse Ribeiro e Castro, que foi aplaudido várias vezes pelas bancadas da maioria parlamentar PSD/CDS.
Na sua intervenção inicial, o ex-ministro socialista sintetizava assim o país que a maioria oferece para 2015: “O que a maioria oferece para 2015 é uma economia que ao nível da riqueza criada terá recuado para os valores de 2004. Um retrocesso superior a uma década. Agora sim, agora podemos falar de uma década perdida”, disse, para acrescentar que o Executivo oferece para 2015“um país a investir menos do que há um quarto de século”.
Decidido a esvaziar os argumentos dos socialistas, o deputado do CDS recordou uma entrevista de Vieira da Silva ao Negócios em 2010, quando era ministro da Economia do segundo governo de Sócrates. Lembrou, por exemplo, que na referida entrevista o agora deputado do PS considerava as “medidas de austeridade” “fundamentais para o país” e olhava para as “contestações sociais” como “algo que faz parte da vivência do regime democrático”, citou Ribeiro e Castro enquanto Vieira da Silva, sentado, bebia água.
Ribeiro e Castro considera que o país não está pior do que estava há uma década ou há três anos e, por isso mesmo, acusou o PS de ter saudades da troika ao defender que "este não é o Orçamento que Portugal precisa". “Os senhores têm saudades da troika. Se tivéssemos seguido a política dos governos socialistas, isso significaria o quarto resgate. Sim, porque nesta República, com governos PS, já tivemos três resgates”, concluiu Ribeiro e Castro, perante o sorriso de Portas.