"Já foram feitos contactos com 13 portugueses que estão no Burkina Faso a fazer um trabalho temporário. Admitimos que existam mais alguns, seguramente abaixo de 20. Mas, tanto quanto sabemos, não há problema com nenhum português, nem nenhum pediu para sair do país", disse à agência Lusa José Cesário.
De acordo com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, os portugueses foram aconselhados a permanecerem nas suas casas até a situação normalizar.
"Os portugueses estão preocupados pois estão numa situação, de alguma tensão, o que é normal, mas para já ainda não temos nenhum pedido para regressarem a Portugal", adiantou.
José Cesário salientou que a situação está a ser acompanhada pela embaixada portuguesa em Dacar, no Senegal, que por sua vez está em contacto com Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas.
"A situação está a ser monitorizada pelas autoridades da União Europeia e o que quer que se possa vir a fazer será articulado com os parceiros comunitários", adiantou.
Os tumultos de quinta-feira no Burkina Faso causaram cerca de 30 mortos e mais de 100 feridos, disse à agência France Presse (AFP) Benewende Sankara, um dos principais líderes da oposição.
Sankara escusou-se a precisar se o balanço dizia respeito a todo o país ou apenas à capital, Ouagadougou, onde manifestantes saquearam e incendiaram o parlamento, num protesto contra o Presidente Blaise Compaoré, no poder há 27 anos.
A decisão de Compaoré de rever a Constituição para prolongar o mandato presidencial originou os protestos sem precedentes ocorridos na quinta-feira no Burkina Faso.
Lusa/SOL