Ontem à noite, voltou a fazê-lo, trazendo uma promessa de peso: a reposição integral dos salários dos trabalhadores da função pública em 2016. Algumas horas mais tarde, a deputada Ana Catarina Mendes, falando no parlamento, reafirmou a promessa.
Com esta promessa, António Costa corre alguns riscos. Ganhará votos entre os funcionários públicos, certamente. Mas não faltará, do lado da maioria governamental, quem classifique esta proposta como fiscalmente irresponsável. Não faltará quem dirá, como dizia Vítor Gaspar, “Não há dinheiro”.
Outros, claro, ficarão contentes, quer porque são funcionários públicos e sentem-se injustiçados pelos cortes realizados nos seus vencimentos, quer porque o governo conseguiu fazer passar na comunicação social, e mais tarde para largos sectores da sociedade, a ideia que não há alternativa a esta política de austeridade. A proposta de Costa é ousada, rompe com o consenso.
Mesmo assim, eu gostaria de saber, em traços largos, quanto é que irá custar esse aumento dos funcionários públicos e como é que vai ser financiado. Em contas claras, simples de entender, perceptíveis ao comum dos cidadãos. António Costa demonstrou inteligência e ousadia, resta agora saber se teve cuidado.