"Queria manifestar a minha surpresa e profundo desagrado pelas afirmações de hoje do secretário de Estado, que utilizou dados falsos relativamente à execução do município de Lisboa para fazer um ataque político ao doutor António Costa", disse à agência Lusa Fernando Medina, reagindo às declarações de Castro Almeida, que afirmou que a taxa de execução de fundos comunitários da Câmara Lisboa é de 63,7%, ou seja "vinte pontos percentuais abaixo da média nacional".
Em declarações à agência Lusa, Fernando Medina explicou que "a taxa de execução, de acordo com os critérios do Governo, é de 83%", enquanto "a taxa efetiva de execução do município de Lisboa é de 92% no total dos programas do QREN", explicando que "a diferença reside na despesa já paga pelo município e aquilo que foi registado na CCDR".
"A diferença entre os 83% e os 63% explica-se pela manipulação que o Governo está a fazer dos dados para fazer um ataque político", declarou.
Neste contexto, o vice-presidente da Câmara de Lisboa deixa uma sugestão ao secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida: "Gostava de sugerir que gastasse uma parte do tempo a acompanhar melhor os organismos que tutela para resolver os problemas da Câmara de Lisboa e do País".
Fernando Medina questionou, ainda, em que data estarão disponíveis as candidaturas ao próximo quadro comunitário para que a Câmara de Lisboa se possa candidatar, adiantando que "não há um aviso de candidatura nem a perspectiva de se poder utilizar o dinheiro em tempo útil".
Castro Almeida garantiu hoje não haver qualquer atraso na execução do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) nem na preparação do novo quadro comunitário de apoio, Portugal 2020, dizendo-se surpreendido com as críticas de António Costa, uma vez que a taxa de execução de fundos comunitários da Câmara Municipal de Lisboa é, disse, de 63,7%, ou seja "vinte pontos percentuais abaixo da média nacional".
"Ou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa não conhecia as taxas de execução do seu município, o que é estranho, ou então é falta de seriedade política", disse o governante social-democrata, referindo-se a declarações anteriores do presidente da autarquia da capital.
Lusa/SOL