Com o PSD-Madeira numa luta fratricida – há seis candidatos para suceder a Alberto João Jardim nas eleições internas de 19 de Dezembro -, os dois maiores partidos da oposição, CDS e PS, procuram entendimentos para selar uma coligação.
A 25 de Outubro, numa carta dirigida ao líder regional do PS, José Manuel Rodrigues, o presidente do CDS-PP, o maior partido da oposição na Madeira, desafiou o PS para “uma ronda negocial tendente a criar uma plataforma política que assegure um projecto político de mudança para a Madeira”.
Neste piscar de olho a uma “coligação pré-eleitoral” de “alternativa ao PSD”, José Manuel Rodrigues pede “responsabilidade e bom senso” para que a oposição madeirense saiba estar “à altura do momento histórico” que se vive.
A única condição imposta por José Manuel Rodrigues é que nem ele nem o actual líder do PS-Madeira, Victor Freitas, encabecem a lista. “Só assim se assegurará que esta plataforma vai para além dos partidos e encerra diversos 'sentires', 'quereres' e 'vontades'“, justificou na missiva que, para já, não obterá qualquer resposta de Victor Freitas.
O CDS-PP traça o perfil do eventual cabeça de lista da coligação como alguém “capaz de unir as diversas forças políticas e de mobilizar os melhores esforços, saberes e competências”. Pede, por isso, que Victor Freitas abdique “de toda e qualquer ambição, por mais legítima que seja”.
É que, no congresso do PS-Madeira de Janeiro último (o próximo só ocorrerá em Janeiro de 2016), Victor Freitas assumiu-se como candidato “natural” a presidente do Governo Regional. Fê-lo numa altura em que António José Seguro era secretário-geral do PS, a quem apoiou nas primárias contra António Costa.
Mas há factores nacionais que entram na equação da eventual coligação. A possibilidade de eleições legislativas antecipadas e a existência de uma coligação nacional PSD/CDS podem contrariar os planos de PS e CDS na Madeira.
Hipóteses de nomes para encabeçar a lista da oposição não faltam – desde o ex-ministro, Luís Amado, ao actual presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo (eleito em 2013 numa lista com seis partidos da oposição), passando pelo ex-secretário de Estado Bernardo Trindade. A lista inclui também os economistas Eduardo Jesus e Ricardo Cabral, o ambientalista Raimundo Quintal e os centristas Ricardo Vieira e Rui Barreto.
Contactados pelo SOL, quer José Manuel Rodrigues quer Victor Freitas escusaram-se a adiantar mais pormenores sobre o assunto.