O lançamento é feito no Pavilhão do Conhecimento, no âmbito do 5.º Fórum Português do Espaço, que conta com as presenças dos ministros da Educação e Ciência, Nuno Crato, da Economia, Pires de Lima, da secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, e do director da ESA para a área da tecnologia, Franco Ongaro.
A incubadora da ESA, em Portugal, a décima na Europa, destina-se a empresas criadas em Portugal – com menos de cinco anos – que terão de desenvolver, durante dois anos, uma ideia e um protótipo com base no princípio da transferência da tecnologia usada no Espaço para a Terra.
O projecto, com financiamento garantido de 50 mil euros por empresa, é gerido em Portugal pelo Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação e o Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia, em parceria com o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e a agência DNA Cascais, que cedem instalações.
Metade do financiamento é assegurado pela ESA e o restante pelos parceiros portugueses, através de fundos públicos, sendo que, ao fim de cinco anos, duração do contrato-programa entre Portugal e a agência espacial europeia, é esperado que as empresas captem verbas no valor global até oito milhões de euros, assinalou à Lusa o director do Departamento de Inovação do Instituto Pedro Nunes, Carlos Cerqueira.
Segundo Carlos Cerqueira, as primeiras candidaturas serão seleccionadas em Janeiro ou Fevereiro e a média será de seis por ano, com o acompanhamento técnico das empresas a ser supervisionado por técnicos da ESA.
No 5.º Fórum Português do Espaço vai ser também apresentado um programa da agência espacial europeia direccionado para o financiamento de empresas que usem especificamente a tecnologia de aplicações espaciais em telecomunicações terrestres.
O programa, ARTES, gerido em Portugal pelo Instituto Pedro Nunes, tem uma duração de cinco anos e prevê um financiamento de 25 mil euros por projecto, sendo seleccionados uma média de três por ano, adiantou Carlos Cerqueira.
A quinta edição do Fórum Português do Espaço inclui ainda a apresentação de 14 projectos de empresas apoiadas pela ESA, no âmbito da Iniciativa Nacional de Transferência de Tecnologia Espacial.
A iniciativa contempla intervenções de peritos internacionais sobre a evolução do sector espacial e o seu impacto em Portugal e uma exposição sobre o trabalho desenvolvido por 22 empresas e universidades.
Uma empresa nacional, por exemplo, desenvolveu um aerogel para isolamento de naves espaciais, que pode ser aplicado no isolamento térmico de oleodutos.
O 5.º Fórum Português do Espaço, dirigido a investigadores, empresas e universidades ligados ao sector espacial, é organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em conjunto com o Instituto Pedro Nunes, a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva e a ESA.
Durante o evento, a agência espacial europeia e o consórcio internacional SENER, do qual faz parte a multinacional portuguesa TEKEVER, assinam um acordo com vista à construção de um novo satélite, PROBA-3, com lançamento previsto em 2017, para estudar o Sol.
O satélite desdobra-se em duas estruturas independentes que orbitarão de forma sincronizada, graças a um sistema de comunicações concebido pela empresa portuguesa. Enquanto uma das estruturas tapa o Sol, a outra observa a coroa solar.
Portugal é Estado-membro da agência espacial europeia desde 2000.
Lusa/SOL