A manifestação visa levar "a indignação" dos alunos ao parlamento, "perante um Orçamento do Estado [proposto para 2015] insuficiente para as necessidades", disse à Lusa Paulo Antunes, membro da direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa, uma das entidades que convocaram o protesto.
"As bolsas chegam sempre atrasadas, as propinas sobem todos os anos", apontou, invocando outros problemas como a "insuficiência de residências universitárias" e a degradação de edifícios e equipamentos das faculdades.
O protesto é organizado por várias associações académicas, incluindo de Lisboa e Porto.
A Associação Académica de Coimbra (AAC) optou por não participar na manifestação, alegando estar em conversações com a tutela e grupos parlamentares sobre a revisão do regime de atribuição de bolsas e o financiamento do ensino superior.
A direcção-geral da AAC, no entanto, comprometeu-se a ceder três autocarros para os estudantes que quiserem ir à manifestação.
De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2015, a dotação para o ensino superior e a acção social cai 8,4% face a 2014, para os 990,5 milhões de euros, ou seja, o equivalente a menos 91,3 milhões de euros comparativamente à estimativa deste ano.
O documento assinala que "a ligeira redução" das dotações orçamentais para as universidades e os institutos politécnicos "é compensada pelo reforço para a ciência, o que, indirectamente, também reforça as instituições de ensino superior".
As manifestações de estudantes universitários, em Lisboa, contra os cortes no ensino superior público são recorrentes todos os anos, coincidindo com a apreciação na especialidade das respectivas propostas de Orçamento do Estado.
Lusa/SOL