A moção de E, de Soares, intitulada "Bloco Plural, Factor de Viragem", obteve 262 delegados, mais seis que a moção U, de Catarina e Semedo, sob o título "Moção Unitária em Construção", que somou 256 delegados.
Os resultados apurados pelo BE, na noite passada, dão assim uma ligeira vantagem ao desafiador da direcção, no primeiro conclave bloquista em que estará em causa a liderança do partido, desde a sua fundação em 1999, pela junção de PSR, UDP e Política XXI. A Convenção do BE vai ter lugar em Lisboa, no próximo sábado e domingo.
Nesta votação dos delegados, há ainda a registar os resultados das restantes moções: a A elegeu 8 delegados, a B 44, e a R 38. Estes eleitos poderão influenciar a votação no próximo fim-de-semana, eventualmente alterando a vantagem de Pedro Filipe Soares.
O site oficial do BE, o esquerda.net, regista que foi "a maior participação de sempre numa eleição deste tipo no Bloco". Votaram, entre sexta e este domingo, 2653 aderentes.
A candidatura de Pedro Filipe Soares é apoiada pela grande maioria da tendência UDP. O actual líder parlamentar do BE, e agora pretendente a líder, é considerado o delfim de Luís Fazenda, um dos 'pais fundadores' do Bloco.
Soares tem o apoio também de Mariana Aiveca e Helena Pinto – metade da bancada do BE no Parlamento, contando com Fazenda e o próprio Soares.
O resultado na eleição de delegados surpreendeu os apoiantes da actual direcção. Apesar de a moção de Soares ter arrancado com um número de subscritores superior aos da moção de Catarina e Semedo, acreditou-se que na eleição de delegados a tendência pudesse inverter-se.
Ana Drago e Daniel Oliveira avançam hoje
Entretanto, esta segunda-feira, dois ex-dirigentes do BE vão estar na apresentação de uma plataforma eleitoral que vai concorrer às legislativas de 2015. Como o SOL adiantou na sua edição em papel, Ana Drago e Daniel Oliveira irão a votos numa coligação alargada, com o emblema do Partido Livre.
A associação Manifesto, de que os dois ex-bloquistas fazem parte integra-se numa plataforma eleitoral que, além do Livre, de Rui Tavares, conta com a Associação da Renovação Comunista e vários independentes, cujos nomes deverão ser apresentados. Como a lei impede que associações políticas concorram a actos eleitorais, surgirão todos nas listas do Livre, o único partido político da plataforma.
A apresentação está marcada para o início da tarde, na Casa da Imprensa, em Lisboa.
