1º Disparate – “O Estado não ganhou quase nada com os Vistos Gold, pois não pagaram impostos”.
Ora, ao servirem para comprar imobiliário (não falo de outros investimentos com pouco significado), os dinheiros que entraram à sombra dos Vistos Gold vão pagar todos os impostos que recaem sobre as habitações, sobretudo as de luxo. E não são poucos…
2º Disparate — “O dinheiro que entrou não favoreceu a economia, pois não criou postos de trabalho”.
Ora, esse dinheiro entrou em circulação — e Portugal bem precisa de capital! Portanto, directa ou indirectamente, vai beneficiar a economia. Quanto aos postos de trabalho, o dinheiro gasto em imobiliário vai permitir aos empreiteiros investirem em novas construções (ou noutra actividade qualquer), que criarão emprego.
3º Disparate – “Os Vistos Gold são um convite à corrupção”.
E qual será a solução? Acabar com tudo o que seja susceptível de corrupção? A construção civil, as transferências de jogadores, a compra de submarinos ou aviões, etc., tudo isso são negócios muito atreitos à corrupção. E vai-se acabar com eles?
4º Disparate — “Os Vistos Gold só servem para lavar dinheiro, pois são provenientes de países como a China, sendo a origem do dinheiro duvidosa”.
Ora, por esta lógica, não se aceitava nenhum investimento estrangeiro de cidadãos de países onde a origem do dinheiro é desconhecida. Não poderia, por exemplo, vender-se a EDP a chineses.
5º Disparate – “Os Vistos Gold são uma forma vergonhosa de Portugal vender a cidadania”.
Ora, através dos Vistos Gold não se obtém cidadania nenhuma, mas sim uma autorização de residência, que é uma coisa completamente diferente.
6º Disparate – “Os Vistos Gold são uma discriminação inaceitável feita pelo Estado, que distingue entre cidadãos de 1ª e de 2ª”.
Ora, como resulta do ponto anterior, o Estado não está a ‘discriminar’ cidadãos nacionais, mas sim imigrantes estrangeiros. E, entre estes, as diferenças já existem! Um imigrante clandestino e um turista que vem aqui gastar uma fortuna não têm obviamente o mesmo tratamento. Vivemos em que mundo? Por essa lógica não ‘discriminatória’, não haveria salas vip nos aeroportos, nem 1.as e 2.as classes nos comboios e aviões, e por aí fora.
Como se vê, a argumentação que tem sido avançada contra os Vistos Gold é relativamente fácil de rebater. Inventem, por favor, outros argumentos!