“É claro que não haverá maneira de impedir médico nenhum depois disto”, lamentou ao Guardian o advogado de um grupo de direitos humanos, avançando ainda que vai recorrer da decisão. Apesar de a família de Sohair al-Bata ter admitido que levou a menina à clínica do médico Raslan Fadl, em Junho de 2013, para ser levada a cabo a excisão, o tribunal de Agga, no Norte do país, optou pela absolvição, enviando uma “mensagem negativa” e de impunidade. Num acordo extrajudicial, o médico vai pagar à família da menina cerca de 560 euros.
Segundo estimativas da Unicef, 91% das egípcias casadas entre os 15 e os 49 anos foram submetidas à mutilação genital, 72% das quais foram praticadas por médicos, que cobram em média 22 euros pela intervenção. Embora nas cidades a excisão genital feminina seja menos frequente, nas zonas rurais continua a ser prática regular – e merecedora do apoio das comunidades muçulmanas e cristãs, que vêem nela uma forma de dissuadir o adultério.