O comissário, que participava no lançamento de uma nova campanha publicitária da União Europeia (UE), salientou as vantagens do investimento europeu nesta área quando questionado sobre a redução do investimento em ciência em Portugal, sublinhando que os financiamentos europeus apoiam actualmente 35 projectos portugueses e, no anterior programa, ascenderam a mais de 100 milhões de euros.
O novo programa, designado Horizonte 2020, contempla uma nova medida que "faz a passagem entre os países que têm mais dificuldades com os países que estão na linha de excelência", permitindo a investigadores dos primeiros "unir-se a grandes universidades" para "concorrerem juntos a projectos", explicou Moedas.
"É o que chamo a escada para a excelência. A ciência tem de ser baseada na excelência, mas temos de ajudar países que ainda estão no caminho para a excelência a lá chegar", disse.
O novo programa prevê, por outro lado, uma "simplificação dos processos para que as pessoas tenham menos dificuldade com a parte burocrática e para que novos actores consigam entrar", prosseguiu.
Salientando que Portugal tem investigadores "entre os melhores do mundo", Carlos Moedas desvalorizou a chamada "fuga de cérebros" que se acentuou nos últimos anos, afirmando tratar-se de um fenómeno internacional e sublinhando que essa mobilidade é muito importante na carreira de um investigador.
"O Horizonte 2020 atrai cérebros para a Europa e eu estou aqui como comissario europeu, portanto o meu ponto é que os cérebros europeus estejam na Europa. Temos de pensar em termos de Europa", disse.
Carlos Moedas, pela primeira vez em Lisboa desde que foi investido comissário europeu, participou no lançamento em Lisboa de uma nova campanha publicitária da UE que visa, numa altura em que muitos cidadãos "estão cépticos", mostrar que a União "é feita de pessoas reais que trabalham para melhorar a vida de todos", explicou a chefe da representação da Comissão Europeia em Portugal, Maria d'Aires Soares.
A campanha "União Europeia: Trabalhamos para si" é lançada a 28 de Novembro em seis países piloto — Alemanha, Espanha, Finlândia, Letónia, Polónia e Portugal — com a divulgação de anúncios nas televisões e na imprensa, durante duas semanas.
Lusa/SOL