A primeira promove um regresso cada vez mais procurado: o regresso ao campo. Idealizada para transformar o potencial existente nas terras de Idanha-a-Nova, a IBR aproveitou as terras abandonadas pelo Estado da Herdade da Várzea para criar um projecto inédito: proporcionar o acesso à terra, fornecendo aos jovens (ter até 30 anos é um dos critérios), parcelas destinadas a promover o desenvolvimento de projectos agrícolas sustentáveis.
Em Maio de 2011, o município assinou com o Estado um contrato de arrendamento de 1.600 hectares de terra cultivável, com o objectivo de fixar jovens no seu território. E promover, simultaneamente, “o empreendedorismo, o desenvolvimento económico, a criação de emprego, de valor e o incremento da inovação e da competitividade na actividade agrícola e agro-industrial” – explica o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto.
No caminho para a agricultura sustentável, foram promovidas a produção biológica e a ligação entre o mundo rural e o meio científico, através da ligação a instituições universitárias, sobretudo a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Os resultados desta aposta já são visíveis. Ainda em fase de instalação, a IBR, celebrou contrato com 50 empresários e, já este ano, criou 95 empregos directos e centenas de empregos indirectos. Mais: os projectos viabilizados pela incubadora, com prazos entre 10 e 20 anos, tiveram um volume de meio milhão de euros ao nível da produção colocada no mercado (a estimativa é que gerem 10 milhões em receita bruta dentro de quatro anos), sobretudo o externo. E o entusiasmo extravasou as fronteiras do concelho: os serviços de Idanha-a-Nova são hoje procurados por pessoas de todo o país, que pretendem instalar-se não apenas na Herdade da Várzea mas noutras zonas do concelho.
Eficiência energética
No domínio ambiental, a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida (ENA) foi outra das novidades dos M2V deste ano.
Especializada em apoio técnico aos municípios para promover a eficiência energética, a ENA trabalha com três concelhos da zona da Arrábida: Palmela, Setúbal e Sesimbra. “Ajudamos os vários municípios a fazer o seu planeamento energético, através de planos de sustentabilidade das várias fontes de energia disponíveis em cada um”, explica o responsável da empresa, Orlando Paraíba. O objectivo é ajudar os municípios a encontrar formas de energia renováveis e sustentáveis, de modo a cumprir os objectivos do Pacto de Autarcas, que implica a redução das emissões de CO2 para a atmosfera em 20%, até 2020.
Para o conseguir, a ENA mantém uma grande proximidade com os técnicos municipais – aos quais dá formação – e com as empresas.
Um dos principais projectos em que a agência está envolvida é o Recoil (www.recoilproject.eu), a nível europeu, que ensina a reutilizar óleos alimentares. “Deitados no esgoto os óleos são um resíduo, mas nos colectores adequados são um recurso”, sintetiza o responsável.