As conversações retomaram na semana passada, em Viena, e segunda-feira marcava o limite para um entendimento. O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano Mohammed Javad Zarif e o secretário de Estado norte-americano John Kerry encontraram-se pela oitava vez nesta última semana na capital austríaca. Não chegaram a um acordo. À imprensa, e para justificar a extensão das negociações, Kerry afirmou: “Hoje estamos mais perto de um acordo que pode tornar o mundo inteiro um lugar mais seguro”.
Desde 2006 que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem o Irão na mira, tendo adoptado seis resoluções e imposto sanções para dissuadir Teerão de avançar com o programa de enriquecimento de urânio. O urânio altamente enriquecido é utilizado para armas nucleares – se moderadamente enriquecido, é componente de energia nuclear, com fins civis. Quem monitoriza o desenvolvimento de programas de energia nuclear é a Agência Internacional de Energia Atómica que, no caso iraniano, diz não poder confirmar as intenções alegadamente pacíficas daquele país.
Depois do Conselho de Segurança da ONU, também os Estados Unidos e a União Europeia avançaram com sanções económicas contra o Irão, em 2012. No último ano, tem havido negociações no sentido de se chegar a um acordo político em que o Irão dê garantias de não querer desenvolver um programa nuclear com fins militares – em troca, tem acesso, mensalmente, a mais de 560 milhões de euros em contas congeladas no exterior.
Com a extensão das negociações até ao final de Junho de 2015 – e com novo encontro já marcado para Dezembro -, estas condições mantêm-se. “Queremos acabar com as sanções – mas o mundo, não apenas os EUA, ainda tem receios. Precisamos que o Irão dê passos concretos para responder às nossas questões”, adiantou ainda John Kerry.