Na sua estreia como comentador no programa Quadratura do Círculo, da SIC Notícias, Coelho considerou que as instituições neste momento estão a funcionar e que "tem esperança que continue assim até ao fim". O Estado de Direito "é vital", reiterou.
Antes, Coelho fez uma "declaração de interesses", sobre a sua amizade de 30 anos com Sócrates, transmitindo a sua "solidariedade" ao ex-secretário-geral do PS preso preventivamente por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. A Sócrates deve ser permitido "fazer a sua defesa", sublinhou ainda.
Quanto ao PS e a António Costa, além de terem de respeitar "a hora da justiça" devem também empenhar-se em, "no meio disto tudo", "cumprir a sua função de desenhar uma política alternativa para o país.
Referindo-se ao congresso do PS, disse que "a campanha eleitoral vai começar no domingo". O PS vai "redobrar a força", previu.
Instado a comentar as declarações de Mário Soares, que considerou o processo contra Sócrates como um caso político, Coelho foi cauteloso. Terá Soares exagerado? – foi a pergunta. "Não vou comentar. Tenho imenso respeito por ele. Compreendo o que fez". Carlos Andrade insistiu na pergunta: "Mas concorda?" "Não tenho de o dizer", devolveu Coelho.
Coelho admite escutas contra violação do segredo de justiça
Mais à frente no programa, o socialista criticou as fugas de informação para a comunicação social. Defendeu que cabe aos políticos criar condições para fazer respeitar o segredo de justiça. "A moldura penal é muito fraquinha. E sabia que não é possível fazer escutas na investigação ao crime de violação de segredo de justiça? Era uma coisa fácil", considerou, em resposta ao moderador Carlos Andrade.
Ficou assim a sugestão de uma alteração à lei, para incluir na investigação às fugas de informação dos processos, as escutas, que só são autorizadas em tipos legais de criminalidade considerada muito grave.