"Acho que este assunto deve ser o menos referido possível", disse Almeida Santos aos jornalistas à entrada do XX Congresso Nacional do PS, que decorre hoje e domingo, em Lisboa.
Questionado sobre se é possível haver uma separação entre os temas da justiça e da política, Almeida Santos respondeu: "Claro que é possível".
O antigo ministro de Mário Soares disse que na terça-feira vai visitar José Sócrates ao estabelecimento prisional de Évora, onde está em prisão preventiva, e sublinhou que o ex-primeiro-ministro "ainda não foi acusado, nem julgado".
"Sou grande amigo e admirador de Sócrates, ele tem a presunção de inocência, sempre teve. Ele foi acusado de tudo, não se provou nada contra ele, durante os anos em que foi político com altos cargos no PS. Espero que isso se repita, vamos lá ver", declarou.
Apesar de afirmar que, no seu entender, a prisão preventiva de Sócrates "não tem a menor justificação", Almeida Santos disse não fazer "críticas à justiça".
"Aguardo que a justiça cumpra o seu dever", disse.
Para Almeida Santos, a prisão de José Sócrates não prejudicará significativamente o PS.
"Estávamos bem arranjados se um partido, numa caminhada dessa, viesse a ser prejudicado por um facto que ainda não foi provado, que ainda não teve consequências", afirmou.
"Só pode fragilizar a própria justiça, se vier a ser absolvido".
Lusa/SOL