Os dois líderes religiosos protestaram pelo que classificam como "um Médio Oriente sem cristãos", numa alusão à violência cometida contra os fiéis em conflitos nos países da zona.
"Não podemos resignar-nos a um Médio Oriente sem cristãos, que professaram o nome de Jesus ali durante dois mil anos", disseram os dois líderes religiosos numa declaração conjunta assinada em Istambul.
O papa Francisco e Bartolomeu I manifestaram a sua preocupação, em concreto, pela violência contra cristãos no "Iraque, Síria e em todo o Médio Oriente": "muitos dos nossos irmãos e irmãs estão a ser perseguidos e foram expulsos com violência dos seus lugares. Parece que se perdeu o valor da vida, que a pessoa já não importa e que pode sacrificar-se a outros interesses".
Hoje, no terceiro e último dia de visita à Turquia, o papa Francisco esteve na catedral ortodoxa de Istambul, onde assegurou que a igreja católica não pretende impor nenhuma exigência à igreja ortodoxa no caminho da unidade entre as duas.
O papa disse que as duas igrejas estão "já no caminho rumo à plena comunhão", indicando que há, na prática, "sinais eloquentes de uma unidade real".
O patriarca ecuménico Bartolomeu I presidiu hoje de manhã à celebração de uma liturgia na igreja de St. George, para a qual o papa foi convidado.
Depois de rezar uma oração em latim e de ouvir o discurso do patriarca ecuménico, Francisco assegurou que "o que a igreja católica deseja (…) é a comunhão com as igrejas ortodoxas".
Para o papa, essa futura união com os ortodoxos não significa nem a submissão uns aos outros, nem a absorção, mas sim "a aceitação de todos os dons que Deus deu a cada um".
Hoje, logo pela manhã, o papa Francisco encontrou-se com o grão-rabino turco, Isak Haleva, na sede da representação pontifícia em Istambul.
A reunião com o representante dos judeus na Turquia completa uma série de contactos com outras religiões presentes no país, depois de sábado se ter encontrado com muçulmanos, ortodoxos e outros cristãos.
Lusa/SOL