Em declarações à BBC, Efraim Zuroff revela que este oficial das SS terá morrido em Damasco, capital da Síria, por volta de 2010. Brunner terá fugido para aquele país nos anos 50 e seria um conselheiro do regime do antigo Presidente Hafez al-Assad – é suspeito de ter sugerido tácticas de tortura e de repressão.
Nunca terá revelado arrependimento pelos seus crimes. Numa entrevista à revista alemã Bunte, afirmou um dia que só lamentava não ter matado mais judeus.
Brunner, um austríaco nascido em 1912, era considerado por Adolf Eichmann, o arquitecto da Solução Final, como “um dos melhores” elementos da máquina genocida nazi. Enviou mais de 100.000 judeus de toda a Europa – sobretudo da Áustria, Grécia, França e Eslováquia – para os campos de extermínio. Foi ainda responsável pelo campo de internamento de Drancy, nos arredores de Paris.
O regime sírio negou repetidas vezes que tivesse acolhido o criminoso nazi, mas Israel terá conduzido pelo menos duas tentativas de assassinato de Brunner – uma em 1961 e outra em 1980. Terá perdido um olho e vários dedos na detonação de cartas armadilhadas enviadas pela Mossad, mas viveu pelo menos até aos 98 anos, sem nunca responder pelos seus crimes.