Em declarações hoje à agência Lusa, à margem de uma apresentação da actividade da multinacional alemã, o reitor da academia minhota, António Cunha, apontou a parceria entre as duas entidades como "fulcral e instrumental" para a afirmação da Universidade do Minho a nível internacional, enquanto o responsável pela Bosch Johannes Sommerhauser, salientou a importância do projecto para "tornar" Braga numa "fonte de desenvolvimento de elevado nível técnico" estando em vista "novos" projectos.
O projecto "HMIEXCEL", orçamentado em 19.3 milhões de euros e a desenvolver até Julho de 2015, envolve equipas multidisciplinares adstritas a 14 "subprojectos" com o objetivo de desenvolver e "aperfeiçoar" produtos aplicáveis na indústria automóvel que preconizam o futuro em termos de interface homem – máquina, sistemas de informação, de navegação, de entretenimento e segurança.
"São projectos que nos trazem e criam o futuro, que transformam o painel interior do automóvel numa interface com o exterior, que nos mostram realidade aumentada que fazem com que enquanto conduzimos vejamos coisas que lá estão e que não estão sem ter que desviar o olhar da estrada", refletiu.
O objectivo do HMIECEL, explicou Cunha, "passa por fazer produtos de futuro mas também defender o presente e garantir que a empresa [Bosch Portugal] é sustentável pelo que engloba projectos que ambicionam reduções de custos e aumento da competitividade".
Entre os projectos, o responsável pela UMinho destacou o desenvolvimento de chassis automóveis em plástico, os actuais são em metal, "com menos peso o que envolve redução de custos a nível também de materiais mas é muito mais exigente tecnicamente".
Cunha destacou também projectos como o desenvolvimento de Head-Up displays (produto que mostra a cerca de 2 metros de distância dos olhos do condutor informações relevantes para a navegação automóvel e segurança), como aquele que está a ser desenvolvido e produzido para a BMW.
"São projectos de uma exigência impressionante e a UMinho está a conseguir dar resposta. Este é um projecto que se está a mostrar fulcral para a afirmação da universidade a nível internacional. Já atingimos a dezena de patentes e projectam-se mais patentes registadas com a chancela da UMinho. Nós somos avaliados também por isto a nível internacional e estarmos ligados e uma entidade como a Bosch, e com sucesso, é um importante passo no nosso curriculum", explanou.
Para a Bosch Portugal, a parceria com a UMinho, segundo Sommerhauser, é um dos caminhos para "tornar Braga numa fonte de desenvolvimento com elevado nível técnico" sem esquecer a sustentabilidade da empresa.
"Só assim podemos concorrer com as filiais asiáticas que praticam preços muito mais baixos. Reduzindo custos, desenvolvendo tecnologias, produzindo produtos com qualidade, desenvolvendo uma política assente na excelência, criatividade, inovação e agilidade", definiu.
O Grupo Bosch, criado em Estugarda em 1886, instalou-se em Portugal em 1911, primeiro apenas com a comercialização dos produtos do grupo, depois com a atividade industrial tendo atualmente unidades em Braga (multimédia automóvel), Ovar (sistemas de comunicação e segurança) e Aveiro (soluções de água quente).
Lusa / SOL