Alberto João Jardim já anunciou que vai demitir-se de presidente do Governo Regional a 12 de Janeiro, mas promete não entregar o poder de ânimo leve. O líder madeirense admite impugnar as eleições internas no PSD-Madeira, caso haja irregularidades no acto eleitoral marcado para 19 de Dezembro, com segunda volta 10 dias depois.
A proposta sobre uma eventual impugnação partiu do secretariado do partido, reunido no último sábado, e é vista como uma tentativa de Jardim condicionar a escolha dos 7 mil militantes. «É mais uma manobra, como foi a tentativa de expulsar Miguel Albuquerque do partido, ou as sucessivas 'queixinhas' ao conselho de jurisdição, ou as expulsões de militantes, ou o regulamento que proibiu o uso das sedes do partido para campanha dos candidatos, ou o 'esticar' do calendário de apresentação de candidaturas», referiu ao SOL, um membro de uma lista.
A dispersão de votos vai obrigar a uma segunda volta, a 29 de Dezembro. As previsões apontam para uma vitória de Miguel Albuquerque mas sem maioria absoluta. A dúvida está em saber se será Cunha e Silva ou Manuel António Correia a defrontar Albuquerque no 2.º round e qual o sentido de voto dos três candidatos que ficarem pelo caminho.
Mandato encurtado
Esta semana, Jardim enviou uma carta aos candidatos a informar que se demite depois do congresso e outra aos militantes onde apela à saída do partido se o resultado das eleições não for o desejado. Depois de 12 de Janeiro, o mais provável é haver eleições antecipadas na região da Madeira.
Caberá ao novo líder do PSD-M decidir se Jardim e a sua equipa governativa, com a maioria que a suporta na Assembleia Regional, tem condições de levar o mandato até ao fim (Outubro de 2015).
Contudo, pelos sinais já dados pelos principais candidatos e pela Presidência da República, não parece haver condições para que Jardim cumpra o mandato até ao fim com um líder regional do partido que lhe possa ser hostil.