“Espero sinceramente que se leve a privatização a bom porto no ano que vem. A TAP precisa disso. É muito difícil uma empresa que compete num ambiente extremamente difícil e que está cada vez mais difícil, com a ‘low costização’ a nível europeu. Precisamos de ter flexibilidade, autonomia e capital para atingir os objectivos”, frisou, ontem à noite, no congresso da Associação Portuguesa de Agentes de Viagens e Turismo (APAVT), em Évora.
“Temos muita motivação para fazer o que tem de ser feito”, garantiu, apesar dos “muitos ambientes difíceis e do ambiente de privatização”, que “introduz uma pressão grande na empresa”.
“Nesse momento, é o desafio que temos, que não é só a privatização, mas o da crise de Portugal. As necessárias medidas que o Estado tome para uma empresa pública atingem-nos bastante. Foi e tem sido um condicionante importante para nós, com consequências a toda a hora, inclusivamente sindicais. E agora com a privatização, isso fica um pouco mais difícil”, assumiu Luiz Mor.
O administrador indicou ainda que apesar de a TAP estar a crescer cerca de 7% em número de passageiros transportados, acima da média europeia, este tem sido ”um ano difícil, até com alguma surpresa”.
“O primeiro semestre foi extremamente bom e estávamos motivados para o segundo semestre. Mas estamos muito dependentes do Brasil e de Portugal. E tivemos problemas principalmente de receita média nesses dois mercados, que caiu”, justificou Mor.
“Transportar passageiros é um pouco mais fácil do que ganhar dinheiro”, ironizou, explicando que o Mundial de futebol no Brasil não foi positivo para a companhia.
“A copa do mundo foi ruim e, depois da copa do mundo, o Brasil não se endireitou. Não esperava que depois da copa, continuasse fraco e espero que pare de piorar”, descreveu o administrador.