Não há ainda muitos detalhes sobre o crime, havendo até algumas notícias contraditórias. Nuns casos, como na notícia da agência AFP, são referidas seis vítimas (quatro filhos) e dois atacantes (o filho mais velho e o seu tio da parte do pai); enquanto outras (agência Reuters) falam de uma filha sobrevivente de 18 anos e quatro atacantes ao todo.
O motivo, esse parece evidente. A mulher, agora com cerca de 60 anos, ficou viúva há cerca de 30 anos. Voltou a casar e, temendo represálias, comuns na província de Khyber-Pakhtunkhwa, onde vivia, mudou-se para o Punjab. A família não deixou de a procurar e acabou por encontrá-la 28 anos depois. Segundo a notícia da AFP, a mulher recebeu em casa o filho e o antigo cunhado, que passaram lá a noite de segunda para terça-feira, tendo atacado a família na madrugada ou manhã seguinte. Outras fontes referem um grupo de quatro pessoas que chegaram armadas e atacaram logo a família.
Independentemente dos pormenores, o crime horrorizou a comunidade, mas também não é tão raro como isso no Paquistão, principalmente nas regiões mais remotas ou tradicionais, como em Khyber-Pakhtunkhwa. Essas populações rejeitam que uma mulher volte a casar e, no caso de uma viúva, a família do falecido marido é normalmente a agressora, para repor a ‘honra’. Segundo a Fundação Aurat, que luta contra estes crimes no país, desde 2008 foram assassinadas 3.000 mulheres por motivos de ‘honra’ familiar.