Primeiros linces libertados no Guadiana

Vão ser libertados os primeiros linces ibéricos, na próxima terça-feira (16 de Dezembro), no Parque Natural do Vale do Guadiana, em Mértola. 

Os dois membros do casal, a Jacarandá e o Kathmandu, provêem no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico (CNRLI) em Silves, e num centro de Espanha, respectivamente.

Depois de, nos anos 90, a espécie ter praticamente desaparecido do território nacional e de ter sido considerada uma espécie criticamente em perigo, Portugal “está hoje em condições de reintroduzir dois linces (Lynx pardinus), com recurso a um cercado de solta branda, que permitirá a melhor adaptação dos animais ao território”, anunciou hoje o Ministério do Ambiente em comunicado. 

Felino mais ameaçado do mundo

O lince ibérico é uma espécie única, endémica da Península Ibérica, que está classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) como o felino mais ameaçado do mundo.

Esta libertação resulta dos esforços de conservação conjuntos do (CNRLI), em Silves, em conjunto com outros quatro centros localizados em Espanha, no âmbito do projecto europeu LIFE Iberlince, que junta a Península Ibérica em torno de um objectivo comum: atingir um número de linces que garantam a sobrevivência da espécie e a diminuição do grau de ameaças.

Em Julho último, o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, assinou o Pacto Nacional para a Conservação do Lince-Ibérico que reúne cerca de 20 proprietários, produtores (agrícolas, florestais, pecuários e cinegéticos), caçadores, ONG’s, investigadores do meio científico e administração pública, além de mais de mil cidadãos. 

O ministro do Ambiente, Moreira da Silva estará presente na cerimónia de libertação dos dois animais.

sonia.balasteiro@sol.pt