Passos Coelho: Responsabilidades do endividamento de Portugal não vão ficar ‘solteiras

O primeiro-ministro afirmou hoje que as “responsabilidades” do endividamento de Portugal “não vão ficar solteiras” porque se sabe quem governou e que durante esses anos falou-se muito dos jovens mas “pensou-se pouco neles e no futuro”.

Passos Coelho: Responsabilidades do endividamento de Portugal não vão ficar ‘solteiras

"Quando eu tinha pouco mais de 30 anos a perspectiva daqueles que eram jovens não era uma perspectiva de endividamento público, nem da economia, nem de desequilíbrio nas pensões. Volvidos estes anos, volvidos anos precisos de responsabilidade que não vão ficar solteiras, com certeza, porque nós sabemos durante esse tempo quem governou", afirmou Pedro Passos Coelho, em Braga, no encerramento do Congresso da JSD que elegeu Simão Ribeiro como líder da estrutura.

O líder do PSD, que lembrou que estava nos 30 anos em 1995, no final dos dois Governos de Cavaco Silva, afirmou ainda que as lideranças têm que "atender" à realidade porque quem acreditou em fantasia ficou "elucidado" em 2011 do que elas valiam.

"O PSD é um partido que atende à realidade da acção politica. Ao contrário do que alguns parecem pensar, nós não vivemos em fantasias e quem em Portugal pensou que as fantasias iam durar muito ficou elucidado em 2011 do que valem as fantasias", referiu o líder social-democrata.

Segundo Passos Coelho, o PSD "mesmo para sonhar e sonhar alto" gosta de "ter os pés bem assentes na terra e de saber o que se passa e a realidade com que se vive".

Lembrando os números da dívida portuguesa quando deixou a presidência da JSD, em 1995, Passos questionou como "foi possível" desde então tudo se ter alterado.

"Estou apenas a dizer que é preciso constatar um facto: quando eu deixei de ser presidente da JSD a dívida pública do país representava significativamente menos de metade do que é hoje e a dívida líquida externa era inferior a 20%. Agora só a do Estado é superior a 120% e sabemos que uma parte tão grande como a do Estado pertence à economia privada", explicou.

"Como é que foi possível neste espaço de tempo, alguém que fez o seu caminho de juventude, olhar pra o futuro e pensar que tudo se alterou", questionou, referindo que se falou muito mas fez-se pouco.

"Durante muitos anos falou-se muito do futuro do país e dos jovens portugueses mas pensou-se pouco neles e no futuro", concluiu.

Lusa/SOL