«O Governo lamenta profundamente esta decisão dos sindicatos. E quer reafirmar a importância de ter a TAP a voar neste período crítico e muito importante para o país, para a companhia, para o desenvolvimento económico e para as famílias que se querem juntar no Natal e ano Novo. É um processo altamente lesivo de todos estes interesses e fazemos votos de que os sindicatos possam livremente rever essa posição», afirmou hoje o secretário de Estado dos Transportes, numa conferência de imprensa.
Avançar com a requisição civil é uma das possibilidades de que o Executivo dispõe para garantir os serviços na transportadora pública.
Sérgio Monteiro frisou ainda que a decisão de vender a companhia – para já, será alienado 66% do capital, conforme acordado em Conselho de Ministros em Novembro – reuniu «consenso nacional, político e social». E que é «única forma» de manter a TAP tal como existe, não-reestruturada e com capacidade para crescer.
Já ontem ao início da noite o Ministério da Economia tinha reiterado que não deixaria cair o processo de privatização da companhia aérea, após a recepção de um memorando enviado pela plataforma sindical que deixava a suspensão do processo de privatização da companhia como condição para cancelar a paralisação no final do ano.
O memorando «não é passível de aceitação pelo Governo, por não cumprir a condição prévia da não suspensão do processo de privatização, comunicada pelo Governo na reunião de sexta-feira, e não contestada pela plataforma sindical».
Hoje, Sérgio Monteiro considerou que a proposta entregue ontem ao executivo «revela que os sindicatos não estão interessados em continuar o processo negocial e fere o princípio de aproximação e entendimento entre as partes acordado na sexta-feira».
Nesse dia, num encontro entre os sindicatos e o Ministério da Economia, Pires de Lima sugeriu a criação de um grupo de trabalho para encontrar forma de acomodar as preocupações dos trabalhadores no processo de venda da transportadora. Mas terá deixado claro que a sua suspensão não estava em cima da mesa.
Entretanto, hoje de manhã ficou a saber-se que o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) abandonou a plataforma que englobava 12 estruturas sindicais da TAP por discordar do documento que foi entregue ao governo.
ana.serafim@sol.pt