"A nossa economia vai sair da situação actual. Quanto tempo demorará? Em circunstâncias mais desfavoráveis, creio que dois anos", disse Putin durante a sua conferência de imprensa anual com várias centenas de jornalistas russos e estrangeiros, citado pela agência Efe.
O chefe do Kremlin assegurou que a saída da crise e o posterior crescimento económico da Rússia "são inevitáveis" e poderão inclusivamente começar em menos de dois anos, sublinhando que apesar de a economia mundial mostrar sinais de abrandamento, a expansão económica "vai manter-se com toda a segurança".
A conjuntura económica "vai mudar e com o crescimento da economia mundial vão ser precisos recursos energéticos adicionais", disse Putin, rejeitando também a possibilidade de o preço do petróleo continuar a descer.
A queda do rublo e da bolsa russa, por seu turno, foi atribuída a factores externos, em particular o preço do petróleo, mas Putin reconheceu que o país não deu os passos necessários para diversificar a economia, altamente dependente das exportações de hidrocarbonetos.
A degradação da situação económica na Rússia, nomeadamente a desvalorização da moeda face ao dólar e as consequências da queda do preço do petróleo nas finanças públicas levaram já a China a oferecer ajuda a Moscovo.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse hoje, na sua habitual conferência de imprensa diária, que "as economias são altamente complementares e têm potencial suficiente para a cooperação" e acrescentou que "ambos os governos e as empresas dos dois países têm grande esperança de que haja cooperação e estão entusiasmadas a esse respeito".
Na terça-feira, o rublo caiu para valores historicamente baixos face ao dólar e ao euro, mas recuperou quase tudo no dia seguinte.
A China é o segundo maior parceiro comercial da Rússia, a seguir à União Europeia, com trocas comerciais no valor de 63 mil milhões de euros, além de ser um importante aliado diplomático.
Lusa/SOL