"Porque nas condições impostas pelo Governo não é possível fazer greve e porque não somos irresponsáveis, aconselhamos todos os associados a apresentarem-se ao trabalho, de acordo com as suas atribuições e categoria profissional, mas reafirma-se a manutenção do pré-aviso de greve", afirma o SINTAC em comunicado.
O sindicato explica que mantém o pré-aviso de greve "por uma questão de ética", considerando que o Governo teve um "comportamento ilegítimo" ao decretar a requisição civil antes de serem conhecidos os serviços mínimos para o período da greve — 27, 28, 29 e 30 de Dezembro –, e que "afrontou todos os trabalhadores e a própria lei da greve".
O SINTAC reafirma o desacordo com a privatização da TAP e "teme pelo futuro dos trabalhadores, seja em matéria de postos trabalho, seja em salários ou condições sociais", reiterando que com a venda da empresa a privados "os trabalhadores ficarão mais pobres, mas o país também".
Contactado pela agência Lusa, o presidente do sindicato, Miguel Kadosch, recusou indicar o número de trabalhadores da TAP representados pelo SINTAC.
O SINTAC é um dos três sindicatos que mantêm o pré-aviso de greve, além dos sindicados dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), depois de nove dos 12 sindicatos que tinham apresentado pré-avisos de greve terem anunciado, na quarta-feira, a desconvocação da paralisação.
Na quarta-feira, o Governo aceitou discutir com os sindicatos as condições para manter a TAP em Portugal por dez anos após a privatização da empresa, segundo um memorando assinado pelo executivo e pelos nove sindicatos da TAP que desconvocaram a greve.
A decisão de relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em Dezembro de 2012, acendeu uma onda de contestação que culminou com a marcação desta greve, à qual o Governo respondeu com a imposição de uma requisição civil aos trabalhadores da TAP, para minimizar o impacto da greve.
Lusa/SOL