"Eu considero que a Madeira, neste momento, está debaixo de uma ameaça reacionária que é haver um retrocesso na democracia madeirense, voltarmos aos senhorios do antigamente, ao poder da Maçonaria e à subordinação dos interesses económicos", declarou após ter votado, em Santa Luzia, na segunda volta das eleições internas no partido.
Questionado sobre o que fará se se verificar esse eventual "retrocesso", disse estar "como cidadão" disposto a lutar contra isso e com os aliados que entender.
"Tenho medo que haja um ciclo de retrocesso e reacionário (…) um ciclo em que voltem de novo as forças contra as quais eu combati e eu estou, como cidadão, disposto a lutar contra isso e com os aliados que eu entender", referiu.
"Olho para isto como o princípio do fim de algumas pessoas, mas que não é o meu fim", acrescentou
Miguel Albuquerque e Manuel António Correia disputam hoje, numa segunda volta das eleições internas, a liderança do PSD/Madeira, um cargo que sempre foi ocupado pelo cofundador do partido, Alberto João Jardim.
Na primeira volta, que aconteceu a 19 de dezembro e contou com seis candidatos, Miguel Albuquerque, o ex-presidente da câmara do Funchal, foi o mais votado, obtendo 2.992 (47,2%) dos votos dos 6.373 militantes que exerceram o seu direito de escolha.
Quanto a Manuel António Correia, o atual secretário do Ambiente e Recursos Naturais do governo madeirense, conseguiu a preferência 28,7% dos militantes votantes (1.819).
Segundo as informações do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque ganhou na primeira volta em 10 dos 11 municípios da Madeira, tendo Manuel António Correia vencido apenas no concelho da Ponta do Sol, na zona oeste da ilha da Madeira, localidade onde nasceu.
Esta é a terceira vez que Miguel Albuquerque vai a votos numa corrida à liderança do partido na região, tendo em 2012 defrontado Jardim numas eleições internas, nas quais foi derrotado por 142 votos.
No início do processo eleitoral, Alberto João Jardim chegou a declarar o seu apoio à candidatura de Manuel António Correia.
O congresso regional do PSD/Madeira está agendado para 10 de janeiro.
Alberto João Jardim já tornou pública a sua intenção de apresentar a demissão do cargo de presidente do Governo Regional da Madeira, que ocupa há quase quatro décadas, ao representante da República, o juiz conselheiro Ireneu Barreto, dois dias depois, o que coloca o cenário de eleições legislativas antecipadas na região.
Lusa / SOL