Para Costa, o problema é a forma como o modelo leva a um extremar de posições entre Governo e oposição, impossibilitando a criação de consensos políticos.
“Quando a principal exposição das diferenças políticas tem o objectivo de matar o adversário, isto tem consequências”, considerava o então comentador da SIC Notícias, para quem os debates quinzenais estavam a contribuir para a “deterioração cada vez mais acentuada das relações entre os principais locutores” políticos. “Tornou-se num duelo e esse duelo é fatal”, sublinhava António Costa, defendendo que “a democracia e os consensos não se conseguem com duelos”. Estas críticas tinham um significado acrescido, considerando que punham em xeque uma ideia do então líder do PS, António José Seguro.
Um ano mais tarde, Cavaco fez a mesma leitura. “Os debates quinzenais começam a ser a expressão da crispação, da agressividade e até da má educação que, depois, torna difícil o diálogo”, disse o Presidente da República, em Novembro, em entrevista ao Expresso.
Em Belém, acredita-se que será necessária uma afinação do modelo para que o debate político não suba de tal maneira de tom que impossibilite plataformas de diálogo para chegar aos consensos a que o Presidente tem apelado em todos os seus discursos.