O dirigente do CDS-PP reagia em Vila Nova de Gaia à tradicional mensagem de Ano Novo do Presidente da República, afirmando que Cavaco Silva assinalou "muito mais do que uma passagem de um ano", mas sim sublinhou que "2015 é um ano eleitoral e nesse sentido um ano de balanço e de escolhas e refere que Portugal não poderá voltar aquilo que foi em 2011".
"Eu acrescentaria, não interpretando a mensagem do presidente da República, nessa diferença do Portugal de 2011 e o Portugal de 2015, a escolha de quem nos trouxe à pré-bancarrota, um programa de austeridade muito duro e quem em 2014 precisamente libertou Portugal dessa 'troika'. É isso que vai estar em causa em 2015", disse Nuno Melo.
O vice-presidente do CDS-PP destacou na sua intervenção "em matéria de crescimento e emprego, bem como consolidação orçamental e controlo da dívida" três principais vetores: "o aproveitamento dos fundos europeus", o plano Juncker e a descida do IRC como relevantíssimo para as empresas.
Sobre "políticas de compromissos", Nuno Melo disse que "o CDS, e certamente também o PSD, tem apelado insistentemente para em áreas fundamentais se estabelecerem compromissos", não descartando aquele que é "o maior partido da oposição, o Partido Socialista".
"Essa disponibilidade mantém-se tal e qual foi bem evidente no ano que findou e nos tempos que antecederam este ano", disse Melo.
Mas quando questionado, após a sua intervenção sobre anúncios de possíveis coligações para futuros atos eleitorais, o dirigente procurou não se comprometer sobre a possibilidade de voltar a existir uma união à Direita e disse que "o timing será aquele que as direções dos dois partidos entenderem", referindo-se ao PSD e CDS-PP.
"O que o senhor presidente diz é que os consensos não se conseguem apenas após as eleições (?). O apelo aos compromissos é um apelo em relação a quem desempenha funções de Governo, como a quem hoje tem a função de ser oposição", analisou Nuno Melo sobre a possibilidade de Cavaco Silva ter enviado um "recado" aos partidos.
Em matéria de corrupção, o vice-presidente do CDS-PP afirmou que "casos relativos à justiça, francamente não o "incomodam nada", e depois de ressalvar que "não comenta casos judiciais em curso", acrescentou que "os mesmos que querem o combate à corrupção, muitas vezes indignam-se quando esse combate é efeivo".
Na sua tradicional mensagem de Ano Novo, Cavaco Silva apontou 2015 como "um ano de escolhas decisivas", recomendando aos partidos cuidado nas promessas eleitorais que irão apresentar nas legislativas, porque os problemas do país não se resolvem "num clima de facilidade".
O Presidente da República aproveitou também para interpelar os portugueses e, em especial os políticos, a prepararem o período pós-eleições, sublinhando que não é só no dia a seguir às eleições que se constroem soluções governativas estáveis.
Lusa / SOL