“Por mim podem ser cinco à direita ou seis”, afirmou Santana Lopes, no comentário da SIC Notícias. Esta semana já tinha admitido, em declarações ao Diário de Notícias, avançar mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa o faça e agora reforça a ideia, criticando quem está à espera do melhor timing para apresentar uma candidatura. “Vamos ficar à espera do Eng. António Guterres? Mas porquê?”, questionou, referindo que tal seria “querer jogar o euromilhões com a chave na mão”. Críticas implícitas a Marcelo Rebelo de Sousa. Depois da notícia do SOL de que Guterres estaria fora da corrida às presidenciais por prolongar o mandato na ONU até Dezembro, Guterres deixou a porta aberta para Belém, em declarações ao Expresso. E Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, no seu comentário na TVI, que Guterres estaria a tempo de apresentar uma candidatura ainda em Dezembro.
Santana discorda e defende que uma candidatura à Presidência da República deve ser apresentada antes das legislativas, para não “misturar” as questões, e que não pode ser uma “emanação dos partidos”. Se avançar, será uma decisão só sua.“Os portugueses querem perceber se [o candidato] tem ou não determinação e independência, não é um agente partidário, tem a independência. Eu quero ser o mais lato representante dos portugueses e ajudar Portugal. Só vou se disser que apoia a candidatura. A candidatura não é isso, não pode ser só isso”, disse.
Já o socialista António Vitorino afirma que António Guterres é um “candidato natural, ganhador e que tem o perfil que o país precisa” mas avisa que tem que ter tempo para fazer campanha. Apesar do grau de notoriedade de Guterres, Vitorino lembra que “é preciso não esquecer que se calhar as pessoas abaixo dos 30 anos já não têm essa memória”. “Guterres tem que fazer campanha eleitoral”, alertou.
Santana Lopes aproveitou para deixar algumas farpas ao demonstrar “perplexidade” pelo facto de Guterres colocar a Presidência da República do seu país como “segunda escolha”. E também aproveitou para piscar o olho ao centro: “Não me considero de direita (…) Não sou de direita pura, sou de centro-direita. E como secretário de Estado da Cultura defendi uma forte intervenção do Estado. Essa simplificação analítica convém mas em termos práticos e políticos é muito redutora”.