Esta passagem é um dos pontos mais reveladores de um documento que a Portugal Telecom (PT) acaba de publicar na CMVM, com um resumo de uma auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC) em que todos os gestores de topo do BES e da operadora aparecem referenciados como intervenientes na decisão de investir 900 milhões de euros na Rioforte.
A reunião a que se referem os gestores é o princípio do fim: dela saiu a decisão de aplicar excedentes de tesouraria da operadora no grupo de Salgado. Foi 26 de Março de 2014 e serviu para definir os termos de um financiamento a conceder pela operadora de telecomunicações à Rioforte, através da subscrição de títulos de dívida conhecidos como papel comercial.
Estavam presentes o administrador financeiro do BES, Amilcar Morais Pires, o da PT, Pacheco de Melo, e o director financeiro da PT, Carlos Cruz, segundo o documento. Mas nos depoimentos à PwC todos implicaram os respectivos presidentes das empresas, Henrique Granadeiro e Ricardo Salgado, e também o presidente da Oi, como mostra a transcrição.
A auditoria foi solicitada à PwC depois do colapso do GES e do BES em Agosto, que fez com que a PT perdesse os quase 900 milhões de euros investidos no grupo de Ricardo Salgado, pondo em causa a fusão com a Oi.