Uma das compensações que o Governo já assegurou é a transferência para o Governo da República de 452 casas, propriedade dos EUA, que serviam para alojar os militares norte-americanos destacados nos Açores: 156 habitações nos bairros Nascer do Sol e 296 no Beira Mar.
Mas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, vai exigir mais compensações na reunião da comissão Bilateral Permanente, agendada para 11 de Fevereiro, em Lisboa, apurou o SOL, entre elas a dotação para programas sociais e económicos. É neste encontro que os EUA vão apresentar a sua proposta final de contrapartidas para Portugal, na sequência do anúncio do despedimento de 500 trabalhadores da base açoriana.
No debate quinzenal de hoje, Passos Coelho admitiu "rever" o acordo técnico com os EUA, o mesmo que permite a utilização militar norte-americana da Base das Lajes.
Na próxima segunda-feira, Vasco Cordeiro, líder do Executivo açoriano, reúne em Lisboa com Cavaco Silva. Na agenda do encontro deverá estar o pedido de um plano de contingência para a Praia da Vitória, concelho onde está localizada a base.
Os trabalhadores aguardam soluções e falam numa “catástrofe social” difícil de recuperar. “Há um sentimento devastador. Os mais velhos estão a perceber se a situação lhes convém e os mais novos estão em pânico, alguns já a pensar emigrar”, afirma ao SOL Bruno Nogueira, presidente da Comissão dos Trabalhadores portugueses da Base das Lajes.