Adopção por casais gay deve chumbar, mas votação será a mais equilibrada

A reprovação dos projectos do BE, PS e “Os Verdes” para permitir a adopção por casais homossexuais é o cenário mais provável na quinta-feira, mas o resultado será seguramente mais equilibrado do que em Maio de 2013.

Na segunda vez em que diplomas sobre adopção por casais do mesmo sexo vão a votos em plenário na presente legislatura, a mudança mais significativa que ocorreu face a Maio de 2013 foi a evolução da abstenção para o voto a favor dos 14 deputados da bancada comunista.

Por outro lado, a opção do Grupo Parlamentar do PCP a favor da adopção por casais homossexuais – opção que apenas tinha estendido até agora à questão da co-adopção por casais do mesmo sexo – tem também o simbolismo político de colocar pela primeira vez toda a esquerda parlamentar na mesma linha de posição.

De resto, tal como aconteceu há ano e meio, o BE votará em bloco a favor, assim como os dois deputados do Partido Ecologista "Os Verdes" e a maioria dos deputados socialistas.

Na bancada socialista, apesar de nos últimos anos ter crescido de forma significativa o apoio à adopção por casais do mesmo sexo e de a própria direcção deste partido apoiar agora declaradamente esta causa, deputados como António Braga ou João Portugal dificilmente alterarão o seu posicionamento de demarcação face a esses diplomas.

Se no CDS se espera que quase todos os deputados rejeitem as iniciativas legislativas vindas da esquerda parlamentar, no PSD o voto a favor não deverá ultrapassar a dezena, longe dos 16 que permitiram aprovar em Maio de 2013, na generalidade, o projecto da deputada socialista Isabel Moreira sobre co-adopção.

Como tal, no actual cenário, o mais provável é que os deputados da maioria PSD/CDS voltem a ser decisivos para nova reprovação dos projectos apresentados pelo Bloco de Esquerda, PS e "Os Verdes" sobre adopção por casais do mesmo sexo. 

Lusa/SOL