Taxas de juro Euribor
Nas taxas de curto prazo, espera-se que os indexantes continuem perto de 0% ou mesmo negativos. "Para os aforradores é uma má notícia. Para os devedores com contratos antigos, é o continuar de uma evolução favorável, mas os novos contratos já deverão proteger mais os bancos – que não tinham previsto esta eventualidade no passado”, considera o economista.
Crédito
É provável que se possa a assistir a uma redução dos spreads a praticar, mas não para níveis anteriores à crise financeira. “Estas medidas são um convite à concessão de mais crédito, mas para tal é preciso que haja procura, o que não tem acontecido. Em todo o caso, é de esperar um aumento da concessão de crédito a partir do 2.º trimestre”, antecipa.
Contas públicas
Filipe Garcia considera que o efeito da medida do BCE é “particularmente importante” para o Estado. Com a compra de dívida pública, as taxas de juros com que Portugal se financia devem descer: “O Estado ganha uma folga importante em termos de factura de juros e de espaço para reestruturar as maturidades da divida”.
Exportações e importações
O aumento de moeda na economia deve levar a uma descida da cotação do euro face a outras divisas, o que deverá favorecer os exportadores portugueses. Do lado das importações, as desvalorizações cambiais tendem a encarecer os produtos comprados ao exterior, mas desta vez isso poderá não acontecer. “Com a descida do preço do petróleo não se assiste ao habitual aumento da factura energética associada a uma desvalorização cambial, o que é positivo”, sustenta Filipe Garcia, que acrescenta: “Naturalmente, o poder de compra dos agentes económicos diminui face ao exterior”.