O presidente do CGI afirmou que o órgão que lidera deve agora "calar-se e voltar ao anonimato" depois da escolha do novo Conselho de Administração da RTP. "O Conselho Geral Independente, a partir deste momento [depois desta audição], deve calar-se, desaparecer e voltar ao anonimato" disse, ou seja "passa à função de fiscalização e de supervisão".
António Feijó adiantou que a nova administração vai "tomar posse brevemente", estando este órgão "completamente confortável com o currículo" dos três administradores indigitados para a RTP.
O CGI escolheu "pessoas com mudança geracional" – os novos três administradores andam todos na casa dos 40 anos de idade – e que "tivessem conhecimento do sector aprofundado", afirmou. “É notório que duas delas têm qualidade técnica e competência profissional", adiantou.
Questionado sobre as críticas feitas ao CGI pelo presidente do Conselho de Administração cessante, Alberto da Ponte, numa entrevista ao Expresso, escusou-se a fazer comentários. "A polémica parece-me desnecessária", considerou.
Mas acabou por aludir à "Carta Aberta ao Cidadão" enviada aos trabalhadores da RTP pela equipa de Alberto da Ponte, no passado fim de semana. Disse que a administração cessante "faz um elogio próprio" nessa carta – em que adianta que reduziu 94 milhões de euros em custos – acrescentando que há um jornal "onde é dito que 2/3 da poupança é da administração anterior", ou seja, de Guilherme Costa.
Feijó falava na comissão parlamentar para a Ética, Cidadania e Comunicação, que hoje também vai ouvir o Conselho de Administração indigitado para a RTP, composto por Gonçalo Reis (presidente), Nuno Artur Silva (vogal) e Cristina Vaz Tomé (vogal com pelouro financeiro).
Em resposta a questões dos deputados, António Feijó disse sentir-se "irritado" sempre que o CGI é acusado de falta de independência. "Irrita-me quando tenho de demonstrar que sou independente", afirmou, apontando que muitas das imputações de falta de independência até vêm de partidos da coligação do Governo.
Aliás, a irritação é tão grande que, se estivesse no século XIX, admitiria "ir para um duelo", o que provocou sorrisos entre os deputados.
SOL/ Lusa