O Eurogrupo extraordinário, convocado na semana passada, realiza-se na véspera de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, que ficará também ela marcada pelas mudanças operadas na Grécia, com a subida ao governo do partido "anti-austeridade" Syriza, de Alexis Tsipras, que pretende renegociar com os seus parceiros uma "solução viável" para a Grécia, numa altura em que o programa de assistência externa está prestes a expirar.
As reuniões foram antecedidas de múltiplos contactos do novo governo grego com diversas capitais, tendo tanto Varoufakis como Tsipras viajado pela Europa para tentar recolher apoios antes dos primeiros grandes "frente a frente", que terão lugar esta semana em Bruxelas.
Varoufakis, que hoje se estreia no "palco" do fórum de ministros das Finanças da zona euro, depois de uma primeira reunião, em Atenas, com o respectivo presidente Jeroen Dijsselbloem, que terminou de forma algo abrupta, disse na segunda-feira que está "consciente do dever" do governo grego de encontrar "uma solução" com os parceiros europeus, mas respeitando a exigência dos gregos de "não recuar" nos compromissos eleitorais.
O ministro das Finanças – que se dirigiu pela primeira vez ao parlamento no decurso do debate do programa de política geral do governo – assegurou que não iria a Bruxelas "nem como 'yes man' nem como 'no man', apenas como um cidadão europeu", e notou que "o interesse de um europeu médio e de um grego médio" se confundem.
Poucos esperam decisões finais hoje ou mesmo na quinta-feira, apesar da urgência de um compromisso, uma vez que o programa de assistência à Grécia termina no final do corrente mês.
"As expectativas para que haja um acordo final" no Eurogrupo de hoje ou na cimeira europeia de quinta-feira, "são baixas", sublinhou na terça-feira uma porta-voz da Comissão Europeia.
A reunião do Eurogrupo, no qual Portugal estará representado pela ministra Maria Luís Albuquerque, tem início marcado para as 17h30 locais (16h30 de Lisboa).
Lusa/SOL